O fim
Numa conversa à maneira
Cavaqueava com minha mãe
Sobre mortes corriqueiras
E vegetativas também.
A ela fiz-lhe um pedido
Que a deixou admirada
Se me visse em estado vegetativo
Me desligasse a tomada.
É que se forem máquinas
Que me façam sobreviver
Por favor minha mãe!
Eu não quero vegetar, prefiro morrer!!!
Com uma lágrima teimosa,
Mas cheia de admiração
E numa atitude corajosa
Não me soube dizer não.
Foi-se ao cabo da consola,
Do tablet e televisão
Não esqueceu o telemóvel,
E o computador também não
Aquele amontoado de fios
Ela arrancou de repente.
Seguiram-se mil arrepios
E eu deixei de ser gente
Neste caso de filicídio
Seu amor não se pode negar
Capazes de nos darem a vida
Mas também de nos apagar.
Lorde
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Realço a gentileza do Poeta Jajá de Guaraciaba
O fim é um bom começo
É um novo nascimento
Só não sei se eu mereço
Que me desliguem o equipamento