PREGO
Vida triste do prego.
Toma tantas porretadas na cabeça
Fica feliz e prega a madeira
Quando não gosta das marteladas,
Entorta e não vai lado algum.
Quando gosta, conserva-se em estilo,
Até espanta grilo
De tanto conviver com a madeira
Fica velho, enferruja e amolece.
Cai pelo chão
Espeta o dedão
Do marceneiro, do peão.
Já desolado,
Perece por si próprio.
Estará no lixo, no esterco.
Imagine, convivendo com quem?