PEQUENOS CANIBAIS

PEQUENOS CANIBAIS - por Olavo Nascimento (12/12/2015)

Tem macho que deve ter cuidado,

Com o amor da fêmea ao seu lado,

Que pode vir como a mulher fatal.

Após ser transada pelo seu macho,

E deixá-lo com uma cara de tacho,

A viúva negra faz ritos de canibal.

Se tem alguém que perde a cabeça,

Por causa dos caprichos da fêmea,

É o louva-a-deus sem alma gêmea.

Talvez ele não saiba e não mereça,

Mas ser decapitado após a trepada,

Parece algo armado em emboscada.

Outro otário nesta hora é o zangão,

Que é escolhido pela abelha rainha,

A provar do doce mel que ela tinha.

A armadilha por conta do seu tesão,

Condena-o a morte por sua ousadia,

De comer uma fruta que não devia.

Ainda bem que não curto uma teia,

Nem me lambuzo nos favos de mel,

Pra viver certos riscos com mulher.

Senão a coisa pra mim ficaria feia,

Ao provar um sabor amargo de fel,

Que é amar uma megera qualquer.

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POETA OLAVO
Enviado por POETA OLAVO em 13/12/2015
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