O MOTEL MAL-ASSOMBRADO
Era um motel mal-assombrado
No qual entramos outro dia
Gritos de infiéis assassinados
A lembrança ainda me arrepia
Na chegada o recepcionista
Tinha a cara do Norman Bates
E não havia nenhuma pista
De onde vinha a Cláudia Leite
Enquanto a gente ali brincava
De sobe e desce na gangorra
No quarto ao lado alguém berrava
Morra, sua desgraçada, morra
E descendo no tobogã
Naquela noite alucinante
Ouvimos antes da manha
Uns gemidos agonizantes
Nos abraçamos, assustados
Lá na piscina com cascata
Voz de mulher no quarto ao lado
Arnaldo, não, você me mata
E o vento forte fazia vuuuu
Levando copos descartáveis
E os fantasmas do rendez-vous
Não eram nem um pouco amáveis
Então vestimos nossas roupas
Fugimos deste ambiente louco
Ao som de um berro, não, me poupa
Deixamos pra Bates o troco