"O repente da Crítica e do Elogio"
"O repente da crítica e do Elogio"
A Crítica e o Elogio,
Se encontraram frente a frente;
E fizeram um desafio,
Em forma de "repente"...
Duelo de embolada,
Dois poetas populares;
Peleja aguardada,
Em versos espetaculares!
A crítica, afiada,
Disse que o Elogio é puxa-saco;
Que ele gosta de seda rasgada,
Chamando-o de fraco...
E o Elogio, elegante,
Sugeriu à oponente;
Que fosse mais interessante,
Que não fosse tão contundente...
A Crítica, ferina,
Disse que tinha personalidade;
E que desde menina,
Só dizia a verdade...
O Elogio, por sua vez,
Gabou-se por ser motivador,
E que nunca fez,
Algo que causasse dor...
A Crítica argumentou,
Disse que a dor fortalece;
Que nunca enganou;
E portanto, não se compadece...
O Elogio insistiu,
Em exaltar suas qualidades;
Falou que nunca feriu,
Que nunca propagou maldades...
A Crítica, retrucou,
Enaltecendo a própria nobreza;
Alegando que quando criticou,
Sempre o fez com franqueza!
O Elogio, cordial;
Pediu em tom amigável;
Para que ela não o levasse a mal;
Para que ela fosse maleável;
Eis que chega uma senhora,
Puxando ambos pelas mãos;
Levando-os rua afora,
Carregando os dois irmãos...
Irmãos adversários
Oriundos do mesmo embrião;
Que festejam juntos os aniversários,
Filhos da Dona Opinião!
* O Eldoradense