MEUS DOZE FILHOS  - AC -

Casou embuchada, baita barrigão 
Moça virgem mas louca de tesão 
Cafajeste com sua lábia lhe cantou 
Roceira do  interior, ele  aproveitou 

Parto 1: foram gêmeos univitelinos 
Dois cabeções chatos todos meninos
Durante o dia  sono danado de bom 
De noite, choro tipo samba canção... 

Parto 2: surgiu o frágil e lindo Rai 
Menino dócil, muito amoroso esse aí...
Durante o dia nas minhas tetas mamava 
Para dormir de noitinha eu o embalava. 

Parto 3: Este foi difícil, de arrepiar 
Surgiram num balburdio, três piá 
Jamais nos deixavam assossegados 
Eram terríveis, meninos abusados 

Parto 4: Bateu um baita desespero 
Incomodavam tal qual os primeiros 
Gêmeos bivitelineos e irrequietos
Chorões, de gente?  anteprojetos...


Pobre, com cinco anos de casada 
Já estava seca, velha e arriada 
Foi quando Severino se escafedeu 
Não suportou, sós as crianças e eu... 

Dois anos depois a incomodação
Trepando pelas paredes, tesão
Aquela mulher nao aguentava mais
Precisava urgente de um rapaz.

Certo dia surgiu Horinando cavaleiro
Com seu alazão branco e ligeiro
O coração da Jovelina ele conquistou
E daí foi só amor, e não demorou...

E o parto 5 sem mais demora ocorreu
Desta vez arrepiante o que aconteceu
Foram quatro "piás" numa desaguada só...
"Vige Nossa Sinhora do Parto" tem dó!

Os "Meus Doze Filhos" a me rodear
Creio,não resolve somente "nóis" rezar
Ao trabalho, urgente empregos buscar
Bolsa família não consegue nos sustentar.


Este texto faz parte do Exercício Criativo - Meus Doze Filhos
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