As palavras longínquas de um machucado

Arde...

Queima...

Dói.

Sua saída

minhas entranhas

corrói.

Notável

foi

sua chegada, e,

ignominiosa

será

sua retirada.

Não sentirei,

portanto,

sua falta,

mesmo que

para o espaço vá,

como astronauta.

É merecedora de troféu,

por ser

lerda

e irá cair afundo no vaso,

por ser

merda.

E assim termina

o meu

defecar,

que reservei

para

lhe difamar.

Já caguei.

Caguei parte

por parte

os versos

que se moldam

na arte.

Afinal,

em Marte também existe

arte,

e é a mesma

arte

daqui.

O mesmo sentir

de ver lá longe

uma caixa.

Porque a merda,

vista de longe,

é apenas merda

em resolução baixa.

Caio Varalta
Enviado por Caio Varalta em 20/07/2015
Código do texto: T5317515
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