BEBEDEIRA

Quando caí naquela bebedeira

quebrei muitas porteira

era motorista de caminhão.

Quase acabo com minha raça

enchendo a cara de cachaça

atropelava ate leitão.

Do lado daquela serra

a estrada era de terra

so andava na contramão.

No trucado do Joaquim

so não trasportei pinguim

carreguei ate leão.

Passei muitas madrugadas

dormindo pelas estradas

enfrentei ate assombração.

Se alguma coisa enxergava

eu sempre perguntava

se queria do garrafão.

Fiz tanta coisa errada

levei tanta cacetada

como lá no capoeirão.

Atravessei um laranjal

matei vacas num curral

e destruí um barracão.

Tomei mais de um litro

pegando a carga de cabrito

la no bairro do grotão.

Tomei um banho la na fonte

e depois não vi a ponte

fui cair no ribeirão.

Quando derrubei no povoado

a casa do delegado

foi a minha perdição.

Por causa da bebedeira

me tomaram a carteira

e eu perdí a profissão.

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 14/06/2007
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