Lapipapel

Sem ter o que fazer

As coisas logo me encomodam

Pede pressa, e pede prosa

Um tantinho pra começar

Sinto a coisa, e logo aponto

Vou no quarto e dou um jeito

Ja deitado e no deleito

Não tem como cochilar

E dole de lá

Dole de cá

Exclamo cada interrogação

Sem ter pudor e nem perdão

Aguardo apenas o final

E cada curva eu vou usando

Cada pedaço eu lhe preencho

Agora sim, mais nada penso

Chegou, por fim, o seu final

É assim, a vira dura desse casal

É mesmo assim, esse contágio matador

E é nessa safadeza

Que a ponta do lápis se deleita no papel