ZICA OU CHICO CUNHA?
 
 
O corpo ardia em febre
Já não se aguentava de pé
A cabeça doía, as mãos tremiam
Era uma ânsia de vômito constante
Anorexia, calafrios, uma prostração             
Que dava até dó.
                     
No quarto do hospital árabe, o infeliz
Delirava, enquanto alguns parentes
Palpitavam outros apenas, seguravam  
A sua mão.
 
Até que lá de perto da porta
Alguém sorridente gritou: É a “Zica”
A enfermeira mais que de pressa
Contradisse o diagnóstico.
 
Que “Zica” que nada!
Rasgo o diploma se chegar
Qualquer coisa diferente
Que “Chico Cunha”.
 
No leito, o paciente quase esboçou
Uma gargalhada... Tolos, sabem
De nada, inocentes! - Não vêm
Que é a dor de uma saudade
Que não quer largar
Do meu peito?
 
Em seus delírios de amor
O doente murmurava
Enemanid Arabrab
Por favor, volte!
Volte pra mim.
 
 
Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 21/05/2015
Código do texto: T5249331
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