A MAGNATA
A MAGNATA
Na roça plantei batata.
Quão grande ela crescia!
Eu vou virar magnata,
Aumentando a freguesia.
Resolvi plantar cebola
E regava todo dia.
Por uma vasta distância,
A danada se expandia.
Num roçado de feijão,
Dediquei-me com capricho.
Só que houve uma "invasão:"
No feijão surgiu o bicho.
Comecei a plantar alho
E o tomate também.
Houve apenas ato falho:
Deles não tive um vintém.
Não desisti, sou teimosa,
Investi num milharal.
Plantação tão primorosa,
Destruiu um vendaval!
Ideal de magnata
Ainda permanecia.
A cebola e a batata,
Em meio ao mato, sumiam.
Ouvi voz que me dizia:
Volta lá para a cidade,
Desiste dessa mania,
Vai viver tua mocidade.
Preparei minha mochila
Com poucos trapos que tinha.
Na vida não se cochila,
Nunca ousei perder a linha.
Assim termina a etapa
Da agricultora fajuta:
No destino dei um tapa,
Fiquei mais bela e enxuta!!!...