ESPELHO, ESPELHO MEU...

Espelho, espelho meu

Que mostra a minha face cansada

O corpo encurvado

Reflexos da minha idade.

Por que deixaste que

O pouco de belo

Que em mim havia fosse embora?

Será que é porque nunca me amaste

Ou por que sempre foste cruel comigo

Fazendo-me acreditar que eu

Estava desprovido de qualquer beleza?

E agora será que mentes

Ou mentem aqueles que veem em mim

Uma beleza tardia, atemporal?

Meus olhos são mais benevolentes comigo

Eles não se abalam com meus cabelos encanecidos

Com meus olhos desbotados, nem se incomodam

Com a protuberante barriga

Que você faz tanta questão de realçar...

Ah! Espelho, espelho meu

Você não vê minha alma de criança

Não percebe que a idade

Também me proporcionou felicidade...

Você parece tão ranzinza espelho meu

Que já estou até achando

Que é você quem envelheceu...

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15.01.15

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 15/01/2015
Código do texto: T5102645
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