Baratas também amam

As baratas também amam.

Na cama ou voando, elas se amam.

Diga se você nunca viu uma barata morta abraçada com outra?

Baratas beijam na boca, mas nunca falam palavras de engano.

As baratas cascudas essas sabem da vida, mais que as novinhas baratinhas pequeninas e ingênuas que morrem sós nos ralos, ou esmagadas de patinhas pra cima.

Barata gosta de ter filhos, mas eles morrem tão rápidos em brigas com grilos.

Barata gosta do ambiente domestico, mas tem como inimiga a dona de casa que lhe repugna com gritos.

Barata faz sexo com outras baratas, e nessa transação nascem apenas vadias.

Quem disse que barata gosta de casamento? Barata gosta é de um amor imundo, que afasta da sua área os carrapatos e as pulgas.

Baratas frequentam faculdade, e se formam em higiene de praguejamento impuro.

Há as baratinhas são faceiras quando novinhas, e namoram os pulgões nas praças escuras.

Têm baratas que são vândalos e picham as fachadas das casas públicas, fazendo uma orgia com os vermes que florescem no prato imbelico.

As baratas adoram cantar junto com as cigarras em pleno carnaval, numa putaria de putas burras.

As baratas gostam de sexo, há isso elas adoram, e por gostar dessa prática dos deuses elas sempre oferecem um perfume dos bacanais, num rito de ofertantes reses.

Baratas voam por todos os cantos, e comem elas como mendigas as sobras dos piolhos ricos.

Pobre das baratas não existe ninguém por elas, mas mesmo assim são ativistas ativas, que lutam pela independência das latrinas.

Baratas não gosta de leis, pra elas a anarquia é a solução, deixa seu ambiente mais livre, permitindo a selvageria de cobras e escorpiões.

As baratas usam camisinha, mas mesmo assim isso não impede os cem filhos de nascer numa mesma região, fazendo de sua moradia uma agregação de superpopulação.

Baratas são inimigas dos nazistas, por saberem que muitos dos seus morreram, com fome da podridão do Führer.

As baratas fazem amor somente no verão para acelerar a infestação, das cidades, das casas monumentais, dos hospitais sem nenhuma verba, e dos esgotos que nadam os ladrões que destroem sua remuneração.

As baratas gostam de aventura, e pulam de asas abertas na boca dos lesos que dormem um sono inquieto.

Baratas gostam de livros de poesia, mas detestam os de filosofia, por saberem, é ser contra lei, a sabedoria milenar dos homens ruminarem.

Baratas, baratas, baratas conhecem Elvis Presley e Beatles pra calar, mas mesmo assim odeiam o sexo morno que não se ouvi gemidos de faltar o ar.

Baratas minha homenagem de endoidar, baratas sabem viver resistindo à radioatividade de amarem umas as outras, numa praga de desumanizar e enojar.

Francesco Acácio
Enviado por Francesco Acácio em 10/11/2014
Reeditado em 21/04/2018
Código do texto: T5030241
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