RECLAMA "QUERU VÊ!"
Agora ninguém me segura!
Feijão de corda e rapadura
Só pra minha pança “inché”
Ceará! Que porcaria de clichê!
Ele todo entusiasmado:
Menino seja educado!
“Num vicê cum quem se metê”
De pé, argumenta e promete:
“Seu moço não seja assim bruto”
Oh homi? Não conhece o batuto?
Armado te fura e rasga “tudin”
Se algo sobrar faço picadinho
E ofereço aos visitantes do bar
Agora “deu-se”, “aprumou-se”
E sem fazer doce, o homi “avalentou-se”
E partiu riscando a faca
Todo o povo “aglomerou-se”
Até o tio sem dente do algodão doce
Gritava animado: Fura ele Zezinho!
A faca chiava na altura do colarinho
Seu pai, homem de sabedoria
Já sem esperanças dizia:
Lá se foi o meu menino
Mas “Seu minino” homi valente
Se esquivou como serpente
E atacou o “homi” bruto
Seu avô que “cumpanhava”
De boca aberta, “num creditava”
Que Zezinho “fossi” tão bravo
Ao ver estendido no chão
O agressor “suluçava i gemia”
Sua mãe que chorava, sorria
“Seu minino” estava a salvo
Seu tio um homem calvo
Quando viu compreendeu
“Rapaiz” Pouco ele não bebeu!
E normalmente a paz retorna
Mas antes que se instalasse
Outro chega e no copo entorna
“Queru vê!" Com ele quem reclamasse
Sai de lá, furado de bala!