RECLAMA "QUERU VÊ!"

Agora ninguém me segura!

Feijão de corda e rapadura

Só pra minha pança “inché”

Ceará! Que porcaria de clichê!

Ele todo entusiasmado:

Menino seja educado!

“Num vicê cum quem se metê”

De pé, argumenta e promete:

“Seu moço não seja assim bruto”

Oh homi? Não conhece o batuto?

Armado te fura e rasga “tudin”

Se algo sobrar faço picadinho

E ofereço aos visitantes do bar

Agora “deu-se”, “aprumou-se”

E sem fazer doce, o homi “avalentou-se”

E partiu riscando a faca

Todo o povo “aglomerou-se”

Até o tio sem dente do algodão doce

Gritava animado: Fura ele Zezinho!

A faca chiava na altura do colarinho

Seu pai, homem de sabedoria

Já sem esperanças dizia:

Lá se foi o meu menino

Mas “Seu minino” homi valente

Se esquivou como serpente

E atacou o “homi” bruto

Seu avô que “cumpanhava”

De boca aberta, “num creditava”

Que Zezinho “fossi” tão bravo

Ao ver estendido no chão

O agressor “suluçava i gemia”

Sua mãe que chorava, sorria

“Seu minino” estava a salvo

Seu tio um homem calvo

Quando viu compreendeu

“Rapaiz” Pouco ele não bebeu!

E normalmente a paz retorna

Mas antes que se instalasse

Outro chega e no copo entorna

“Queru vê!" Com ele quem reclamasse

Sai de lá, furado de bala!

José Luís de Freitas
Enviado por José Luís de Freitas em 22/05/2007
Código do texto: T496190
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