A VIZINHA E O PÓ(ETA)
Ela não disse tudo
Mas, nem precisava
Seus olhos estavam ali
E atestavam suas intenções
(Que coincidentemente, também eram as minhas)
E seus olhos eram um livro aberto
Mas, meu corpo só estava o pó
E meus olhos, cegos àquela linguagem
Ela da altura dos seus olhos
Percebeu o meu fracasso
E riu, riu e riu, ria com os olhos
Eu poderia ter decifrado aquelas risadas
Mas, meu corpo só estava o pó
E meus ouvidos surdos àquela linguagem
Eu queria dizer-lhe tudo
Mas meu corpo só estava o pó
E meus lábios mudos àquela linguagem
Então, eu disse: boa noite
S. Paulo, 12/1996
www.cordeiropoeta.net
Ela não disse tudo
Mas, nem precisava
Seus olhos estavam ali
E atestavam suas intenções
(Que coincidentemente, também eram as minhas)
E seus olhos eram um livro aberto
Mas, meu corpo só estava o pó
E meus olhos, cegos àquela linguagem
Ela da altura dos seus olhos
Percebeu o meu fracasso
E riu, riu e riu, ria com os olhos
Eu poderia ter decifrado aquelas risadas
Mas, meu corpo só estava o pó
E meus ouvidos surdos àquela linguagem
Eu queria dizer-lhe tudo
Mas meu corpo só estava o pó
E meus lábios mudos àquela linguagem
Então, eu disse: boa noite
S. Paulo, 12/1996
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