Hormônios,hormônios...indecente inocência
Quanto vale uma rima,
que muda sentidos, perdidos?
Quando pequeno, fazia rima
para as gurias do bairro, para a prima.
Até para a tia, eu fazia uma rima.
Algumas até inocentes,
outras indecentes,
beiravam pornografia
principalmente as da tia (meu desejo infantil).
Me desculpe meu tio (que Deus o tenha)!
Até tentava escrever algo mais sério,
mas era um mistério,
como sem querer descambava,
e então eu rimava
a anatomia
de corpos diversos,
naquela poesia pagã, uma inocente orgia
povoava meus versos.
A professora (que nem era bela),
mas foi a minha donzela
em sonhos ardentes, tão quentes.
E ela parecia saber os sonhos que eu tinha
pois levantava e vinha
na minha direção,
provocante como jamais vi,
um pedaço de giz na mão, e dizia:
ACORDA GURI.