Tudo pelo luxo
I
Viva o luxo, morra o bucho,
quero mais é me vestir.
E não sei nem a quem puxo;
a moda eu quero seguir.
II
Vou estourar meu cartão,
mas vou ficar bem bonito.
Eu sou cheiroso, gatão;
Para gastar, nem reflito.
III
Por isso, não se incomode
se vivo sempre apertado.
Com minha barba de bode
e meu embornal do lado,
IV
Prefiro ficar com fome,
e nem sei a quem eu puxo...
Comigo, o pau sempre come:
-Viva o luxo, morra o bucho!
(Ritemar Pereira)