SEM PREGAR OLHO

Duas da manhã e eu sem pregar olho,

Passei a pregar pregos no meu sótão,

Sótão onde guardo minhas memórias,

Memórias de muitas e belas histórias.

Três da manhã e eu sem pregar olho,

Continuei a pregar pregos no tempo,

Pra não se soltarem os vis demónios,

Que me tiram o sono com os sonhos.

Quatro da manhã, eu sem nenhum sono,

A pensar no passado, presente e futuro,

Sempre a pregar pregos para esquecer,

As tristezas que me querem fazer sofrer.

Cinco da manhã e eu sem pregar olho,

Passei a pregar pregos com palavras,

Nos versos da minha inspirada poesia,

Para nos grupos do Facebook ser lida.

Seis da manhã, chegou então o sono.

Veio de longe, retirou-me os pregos,

Fechei os olhos e só acordei às sete

Com o cantar do galo, esse cafajeste,

Que me acordou,

não me poupou,

e da morte escapou.

Ruy Serrano - 29.04.2014, às 00:30 H

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 28/04/2014
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