# PASSAROS LIVRES
Porque tanto canta a garricha?
pelos pardais seria tal alvoroço?
inquietar a fêmea do bico de lacre,
Ou um gavião a buscar um almoço?
Juritis quietas não arrulhavam sapientes,
das astúcias do gavião que ali rondava.
quero, queros e bentevis não distanciavam.
sabiam que o malvado por ali estava.
cobris e beija flores chegavam e saiam,
papa mel e picapaus bolinam as folhas
um urubu plainava atento à tudo ali.
paturis mergulhavam fazendo bolhas.
Alvas penas de garças em revoada,
tizius espertos rodeavam O joão graveto.
por falar em joão, o de barro lá ciscava.
cantavam bonito o sabiá e o pássaro preto.
A maria branquinha roça o capim gordura.
Dois marrecos faziam rastros na lagoa.
Duas rolinhas tinham ninho na Embaúba.
assustada com algo uma andorinha voa.
A chuva chega e vem o aguaceiro
a passarada trata de se esconder,
e o céu tenebroso faz todos sumirem
mas acabam as águas e voltam a aparecer.