MEU DEVER DE SER
Em tempos de reivindicações de direitos,
Direitos de ir e vir, ter fé, de brisar,
De não ouvir, tomar café, e palavrões falar.
Direitos de namorar, ter lucro, ser negro,
De trepar, colar um velcro, e chamar Alfredo.
Direitos de não ter filhos, escravizar chinês,
De dar os fundilhos, ou apedrejar a Inês.
Eu venho reivindicar meu dever,
Dever de ser, de rugir, de apontar,
De bater, de cair, e condenar.
Dever de criticar, jogar na lona, fazer anedota,
De chocar, trazer a tona, se fingindo de idiota.
Dever de jogar com tudo, na parede e no teto,
Toda incongruência disfarçada de politicamente correto.