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MINHA CRUZ
Ysolda Cabral
A procura de mim,
perco-me e me acho.
E, com a lucidez da Luz,
avalio a minha cruz.
Aproximo-me,
chego bem perto,
olho, perscruto...
Paro, penso, peso...
Concluo:
Minha cruz não é feia,
também não é bonita,
não é leve e nem pesada,
é proporcional à minha alma.
Para carregá-la,
não preciso de muito,
basta que eu tenha paciência,
e um pouco mais de calma.
Talvez a carregue por anos,
ou apenas por mais alguns segundos,
mas quando parar de lhe carregar,
nela deverá constar:
Aqui jaz Ysolda!
Finalmente nocauteada,
e definitivamente muda.
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Praia de Candeias-PE
Em noite de reedição
17.03.2014