AMOR NO MAUSOLÉU (Josenko)
Debaixo da lápide fria
Um grande amor surgia
Com enorme explosão,
No meio de escombros fúnebres
Protegidos por tapumes
Pulsava um putrificado coração.
No tumulo 13, aqui jaz
O cadáver de um capataz
Que outrora gostou de alguém,
Que jaz no tumulo Ao lado
Num corredor esvoaçado
Soam gemidos do além.
À sombra de árvore silvestre
Um casal esquelético se despe
A trás de um caramanchão,
Dois corpos putrificados
Abraçados ali deitados
Se amando em pleno chão.
Dos obeliscos vizinhos
Vinham sussurros efusivos
Do fundo das catacumbas,
Eram os cadáveres aplaudindo
Este amor aqui surgindo
No corredor de duas tumbas.
Nesta noite no cemitério
Teve festa sem critério
Para comemorar a paixão,
Deste amor sem preconceito
Tendo um tumulo como leito
Cadavérico de assombração.
Josenko Coelhysky
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