SONETO DE INFIDELIDADE
Dei tudo ao meu amor desatento
Antes e depois e caros e sempre e, tanto,
Que mesmo em débito com o banco
Dela era casa, o carro e o cheque em branco.
Por desejá-la vivi esses tormentos
E, a seu favor eu denegria meu nome,
E, ela ria enquanto eu derramava o pranto,
Ao meu pesar e o meu endividamento.
E, assim, quando mais tarde eu fali,
Não tinha mais nada, e na bebida caí,
Quem sabe a solidão por falta de perdão,
Faça-me refletir que o amor que vivi,
Não era imortal posto que é ambição,
Mas que foi finito por falta de um quinhão.