O ATAQUE DAS CABAS-CEGAS

Fizeram de alvo

o primeiro pateta

que servisse de meta

para sua fúria cega.

Corri desesperado

atrás de proteção

com o coração

batendo disparado

e o cu na mão.

Ouvia suas asas

Perto dos meus ouvidos

e se não fosse tua casa

eu muito duvido

que tivesse me sobrado

pedaço vivo,

todo picado,

muito moído

vi teu rosto divertido

caçoando do meu pânico;

vai lá fora então

vê todo o transito

das malditas com ferrão,

crerá no que digo

mas não negue o aviso

quando se lançarem

e loucas dançarem

no teu belo corpo;

qual meu esforço

pra não arrancar o cabelo

quando da porta aberta

o dia claro e aceso

sem sinal das espertas,

procurei-as por honra

como quem zomba

do próprio erro

não vendo nada

foi difícil te explicar

e pedir pra ficar

por uma noite

e quando te foste

feito a lamina da foice

todas me ceifaram...

Só soubeste no outro dia

quando da agonia

da minha falta de resposta

leste no jornal a nota:

‘Hoje se enterra

o falecido poeta

morto num ataque

de cabas-cegas’.

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 09/11/2013
Código do texto: T4563822
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.