# BEBENDO FIRME
O Egídio da Dona Porfiria foi na rua.
À pé, por duas porteiras e uma cancelinha.
Parou numa venda na beira da estrada.
e entornou na goela uma choradeirinha.
Animado pelo Sol que deu sombra boa.
atrás das nuvens que trouxeram um refresco
Resolveu experimentar uma da roça no coité.
Mas tomou um tombo. desse gigantesco.
Espanou o pó e pediu uma outra dose.
numa vendinha onde quase entrou no couro.
por bolir com uma senhora de pouca conversa,
depois de chamar tonto, um urubu de meu louro.
Foi esbarrar numa farra de peão de boiada.
com exageros nas pingas e tira-gosto ruim.
Perdeu na porrinha e não quis pagar.
entrou no porrete e foi comer capim.
Desceu pro baile sem dinheiro no bolso,
fez uma conta alta, alto dos mé.
saiu fugido para não parar na cela.
chegou em casa de madrugada e a pé.
Cabeça doendo, não deu pra trabalhar.
Latidos de cachorro eram marteladas.
Os gritos da mulher zangada das farras.
pronta para dar nele mais umas pancadas.
Deitou num matinho e puxou um ronco,
Nem sentiu a chuva de tão mal que estava.
Rolou na enxurrada e quase morre afogado
mas se fosse de pinga até que agradava.