Zé Peixolas
Zé Peixolas namorou
E um dia quis casar.
Com a Rita conversou,
Para ela se aprontar.
Foi ao mercado e comprou
Um fatinho pró casório
E umas ceroulas mercou,
Para ir todo finório.
Mas ao entrar na Igreja
Forte dor o apertou,
Fruto da muita cereja
Que na véspera emborcou.
Foi em grande aflição
Que na esquina descarregou,
Mas com tanta atrapalhação
Nem as ceroulas tirou.
Olhou para trás e não viu
Resultado de tal cariz,
Mas que coisa, concluiu,
Mas que eu fiz, fiz!
Mas o padre é de temer
E pro casamento é hora
Lá vai o Zé a correr
Com a camisa de fora.
Antes de dizer o sim
Um fedor no ar pairava
E a Rita pensava assim
Que o Zé não se lavava.
Mas que coisa macilenta
Que no rabo o incomodava
Deveria ser da vestimenta
Que lá na feira mercara.
A Rita fez-lhe um sinal;
“Mete a camisa para dentro”
Pois não são modos afinal,
De se estar num casamento
E o Zé lá se arranjou
E disse com ar bem feliz
Ao ver suja a sua mão,
Então! Fiz ou não fiz?