INOCENTA-SE O MORDOMO
Agora já é pós-moderno:
Velhos mitos se dissolvem;
Violência não comove;
Esvazia-se o inferno.
Aquele que muito servia
Já não serve pra confidente,
Já é um quase doente
Em quem pouco se confia.
Refigura-se num boçal
Fazendo e executando,
Mesmo que não mandando,
Aprendiz de profissional.
Quem antes culpa levara,
Não leva mais nem bandeja
E por pior que já esteja,
Inocência não é mais rara.
Já o novo se condena...
Se não faz é indolente,
Se faz é incompetente,
Sua carga não é pequena.
A culpa tem endereço:
Do mordomo se aposenta;
No estagiário se incrementa;
Melhora seu próprio preço.