INOCENTA-SE O MORDOMO

Agora já é pós-moderno:

Velhos mitos se dissolvem;

Violência não comove;

Esvazia-se o inferno.

Aquele que muito servia

Já não serve pra confidente,

Já é um quase doente

Em quem pouco se confia.

Refigura-se num boçal

Fazendo e executando,

Mesmo que não mandando,

Aprendiz de profissional.

Quem antes culpa levara,

Não leva mais nem bandeja

E por pior que já esteja,

Inocência não é mais rara.

Já o novo se condena...

Se não faz é indolente,

Se faz é incompetente,

Sua carga não é pequena.

A culpa tem endereço:

Do mordomo se aposenta;

No estagiário se incrementa;

Melhora seu próprio preço.

Tarcízio
Enviado por Tarcízio em 16/08/2013
Reeditado em 16/08/2013
Código do texto: T4437005
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