NIMGUÉM ESPERA POR MIM


É o fim de mais uma noite de balada,
a lua, já está aparecendo quadrada,
o culpado? Deus do vinho, o tal Baco.
Já não vejo uma, mas duas estradas,
tropecei, vejo minha viola separadas,
e eu vomitando na cara de um macaco...
Que fica resmungando , na moita de ingá,
e eu, enfiando a fuça, num tronco de jatobá,
não consigo mais andar, nem de catacavaco...

Com o som da cachoeira, canto o Tema de Lara,
mais eis que caio em cima de uma capivara,
o coitado do animalzinho ate gemeu...
Um poeta bêbado, vejam que fantástico,
pensei que o urutú, fosse corda de plástico,
amarrei na árvore, espero que não morreu...
Dizem que bêbados, tem proteção do céu,
acreditam, fiz de reio uma infeliz cascavel,
não sei explicar, por que não me mordeu...

Meu ranchinho, sem fechadura, só a tramela,
melhor, hoje não será preciso pular a janela,
hoje, com certeza, não caio em cima do fogão...
De quatro cheguei,ainda ouvindo o bandolim,
no solitário rancho, ninguem espera por mim,
que vida boa, de um poeta, poeta ermitão...
Mas na próxima noite, lá no inferninho,
já estarei curado, e recebendo um carinho,
se tiver a sorte, de encontrar meu violão...


GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 09/06/2013
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