A morte da declaração de amor...
Pela primeira vez hoje matei
Amei por não saber amar
Matei por tanto desejar
Que tudo fosse infinitivo como os verbos
que desperdiçamos quando nos apaixonamos
Matei a força e a falha que unificavam nosso ser
fiz das frases as navalhas que
cortaram meu desejo de viver
De amor ou de paz
Não é assim que se faz?!
Matei o que restava de poesia nesses versos
na ponta das rimas em que sempre tropeço
E perco- me nessa fúnebre sensação de
Ter matado a mim mesmo
Só por ousar amar uma vez
Uma desgraçada única vez
E todos os lamentos se derramam em forma de versos
e amarguras que emanam do âmago e vão ser
cuspidos do peito como um muco tuberculoso
Matei até a beleza da morte que ataca o amor dos inocentes
Tudo em meu peito esta morto
tudo em mim Descontente
Tudo em meu verso esta torto
"Minha poesia", doente...