Ilusão
Deus pintou o céu de azul com um detalhe amarelo do sol, algumas nuvens brancas e alguns ovnis para dar "movimento" na pintura. Enquanto o céu secava, uma face também repousava voltada para cima, era uma menina. Deus exagerou na tinta, o que não secou, caiu e formou o mar, os bonecos propaganda da TIM e os olhos de Luciana. Os olhos dela são tão perfeitos que a imagem já chega no cérebro sem precisar ser invertida; são tão perfeitos que seu último namorado só gostava de beijar de olhos abertos; são tão perfeitos que não precisam fazer o olhar 43, eles são o próprio 43; são tão perfeitos que choram chocolate (brincadeira), Luciana não tem diabétes; suas pálpebras abraçam sua pupila como a noite abraça o dia, como ostras escondendo pérolas, como políticos escondendo cédulas. Mas o fato é que meu abraço cobiça esse seu traço e "se der bobeira eu te traço" (Essa foi boa). Você tem dois olhos, se fossem três, seríam reticências azuis, e a Gramática Culta seria Gramática Fresca. Se seus olhos fossem verdes, eu te beijaria; se fossem amarelos, eu não pensaria duas vezes; se fossem vermelhos, eu avançaria seu sinal. Se fossem vermelhos, você poderia ter fumado maconha (só pra quebrar o efeito da frase passada). Seus olhos conjugam o azul, que minha boca traduz e diz para os ouvidos, enquanto meu nariz sente o cheiro da conversa e meu tato tem seu nome tatuado na perna (Luciana Forevis).