SE EU SOLTAR A MINHA VOZ
(Sócrates Di Lima)
Ao longe, sinto tua carne tremer,
Ao ouvir a minha voz,
Ao sentir o som de nós,
A minha voz te faz ferver.
Eu sei que minha voz te arrepia,
Pois, ela tem o tom da magia,
Minha gargalhada te causa euforia,
Porque o teu ouvido é poesia.
Minha voz te encanta,
E tens vontade de mordê-la,
Disseste que minha voz canta,
Porquanto, te encanta em ouvi-la.
Meu canto é desafinado,
Mas, minha voz tem melodia,
Nos teus ouvidos mesmo sussurado,
Minha voz pra ti é poesia.
Tantas vezes me disseste,
E eu acabei acreditando,
Que minha voz reveste,
De ternura a alma que está amando.
Ainda, bem que não sou cantor,
E nem vivo de cantoria,
Penso que seria um favor,
Não me ouvires pois não se arrependeria.
E, porquanto, minha voz te traz encanto,
E te deixa em estado de graça,
É realidade essa chega a ser meu espanto,
Que tu me dizes e não disfarça.
Eu até acredito,
Pois quem já a ouviu fala com propriedade,
Eu então adoraria ouvi-la por escrito,
Porque falando seria uma temeridade.
E quando queres ouvir minha voz,
Até disfarça um telefonema de preocupação,
Fico feliz, pois, nenhum de nós,
Não ouvimos as vozes da solidão.
Eu imaginei que ao soltar a minha voz,
Tua sairias correndo em desfiladeiro,
Mandaria eu calar-me com tua fala algoz,
Porque nem conseguiria ser um cantor de banheiro.
No entanto, dizes que minha voz é a voz do coração,
Tem ternura e muita serenidade,
Ela só muda e vira trovão,
Quando por bestagem fico na intempestividade.
Mas, independente da rudez que às vezes ela tem,,
Tu dizes que minha voz te deixa sem voz,
E quando falo de amor ou te chamo de meu bem,
Tu dizes que minha voz é o resumo de nós.
Quer um tostão da minha voz,
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