Boca de dragão
Ai, a vida passa e se encaminha ao fim
Os dias me consomem e acabam à toa
que eu te tenha perto, ah! comida boa
e encha minha pança com um talharim.
Dor no meu peito, ninguém me quer bem,
que fome atroz o que será de mim?
Rói-me as entranhas, deixa o bafo ruim,
sensação aguda, ser um Zé-ninguém.
De Ze-ninguéns também se faz a vida,
muito granfino que não é amante
de livre ser, um cavaleiro andante.
E se me aparece aqui o tal dragão
hei de caçá-lo com as minhas mãos
e preparar uma bela comida.