SONETO
Eu juro, tentei
Mas meu poema não cabe
Em um soneto!
Sobra de um lado,
Falta de outro,
Se espreme de susto
E de medo!
Meu poema louco
Ora se expande,
Ora se encolhe,
E mesmo que eu o desfolhe
Cuidadosamente,
Meu poema voraz
As rimas, engole,
Profana sem dó
As métricas...
Tentativas tétricas!
Meu poema só quer
Quem o olhe,
Não quer ser tolhido,
Só quer ser mais um
Fruto da minha pobre
E descontrolada prole!
*
Tela: "O Poeta Pobre," do poeta romântico alemão
Carl Spitzweg (1808- 1885)
*
Parabéns a todos os sonetistas do Recanto das Letras, que conseguem o que eu raramente consigo.
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Tela: "O Poeta Pobre," do poeta romântico alemão
Carl Spitzweg (1808- 1885)
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Parabéns a todos os sonetistas do Recanto das Letras, que conseguem o que eu raramente consigo.