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SONETO


Eu juro, tentei
Mas meu poema não cabe
Em um soneto!
Sobra de um lado,
Falta de outro,
Se espreme de susto 
E de medo!

Meu poema louco
Ora se expande,
Ora se encolhe,
E  mesmo que eu o desfolhe
Cuidadosamente,
Meu poema voraz
As rimas, engole,
Profana sem dó
As métricas...

Tentativas tétricas!

Meu poema só quer
Quem o olhe,
Não quer ser tolhido,
Só quer ser mais um
Fruto da minha pobre
E descontrolada prole!

*


Tela: "O Poeta Pobre," do poeta romântico alemão
Carl Spitzweg (1808- 1885)


*

Parabéns a todos os sonetistas do Recanto das Letras, que conseguem o que eu raramente consigo.
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 23/01/2013
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