AMANTE
(Sócrates Di Lima)
Ser amante há de sempre querer,
um universo de amor e prazer,
contudo, nem tudo,
pode parecer amante,
se amante não querer.
Todo amante tem sua história,
matriz e filial,
manter duas na memória,
chega a ser normal,
ou anormal como se interprete,
imoral ou amoral,
ser amante é o fio do canivete,
que corta ao meio
e se torna desigual.
Ser amante é ter lucidez,
driblar a sensatez,
e viver de modo intinerante,
um amor de cada vez.
Enfim,
ser amante é amar a filial,
como se amando a matriz,
e amar a matriz, como sendo a filial,
mas, nem sempre é possivel,
amar as duas por igual,
ou se deixa a matriz e ama a filial,
ou comntinua vivendo o amor,
de forma desigual.
Mas o amante que se preza,
Não despreza,
não despreza,
faz a sua esolha,
E antes que se recolha
entre uma e outra,
busca ser e fazer o melhor,
para aquela que lhe dá o prazer,
de amar e viver,
de fazer acontecer.
A vida de amante é dificil,
Não se pode fingir o tempo todo.
O amante que se preza,
Sabe escolher,
Entre as duas,
Uma há de vencer,
E aquela que ficar,
Não pode dela se esquecer,
Para poder,
Com quem escolher,
Melhor sua vida viver,
Amando,
Como forma de ser,
Um amante pra valer.
Mas todo amante corre o risco,
De encontrar na sua cama,
Resquicio do outro sujeito,
Que toma conta do seu leito,
Quando fora bate no peito,
Se vangloriando de ser amante.
Todo amante de hoje,
Ë um corno do amanhã,
Sua cabeça está no forno,
E acaba num divã.
Afinal,
Chifre é fantasia,
Não existe,
É coisa que colocam
Na cabeça do amante,
eu até diria,
que chifre é um ato culposo,
daquele que não tem
a intenção de chifrar,
mas apenas copular
e como o amor proibido de amante,
seu amor ejacular.