A MÁQUINA DO RISO
Ontem meus dois netos e eu
Brincávamos no quintal
Até que algo me ocorreu
E lhes falei, muito formal:
Preciso de um chapéu pensador
Como o do professor Pardal
Pode ser simples, sem primor
Mas tem que ser especial
Eu compro esse chapéu
Mas peço muita discrição
Tenho medo de escarcéu
Pois vou precisar de concentração
É que de uns tempos pra cá
Estou sentindo que preciso
Rápidamente inventar
Uma máquina que produza risos
Ouvindo isso, minhas crianças
Riam e rolavam na grama
E eu ali com desconfiança
Senti um cheirinho de trama
Até que os dois danadinhos
Disseram a máquina já ter
E saíram bem rápidinho
Me deixando sem nada entender
Voltaram sempre a rir
E eu senti meu rosto vermelho
Pois em frente ao meu nariz
Colocaram um enorme espelho