O TOMBO DE ROSA MARIA
Alegre e sorridente
A bela Rosa Maria
Voltava ao final do dia
Para o aconchego do lar
Quando repentinamente
Colidiu com um belo moço
E no meio do alvoroço
Ao chão foi se esborrachar
Rosa, muito envergonhada
Pois os tempos eram outros
Sentiu em chamas o rosto
E aos céus pediu pra morrer
Mas nessa hora danada
Até os anjos estavam rindo
E ela viu o rapaz lindo
A sua mão lhe estender
E a atrapalhada menina
Entregou-lhe a mão e um grito
Pois a dor no pé torcido
Era a mais pura agonia
Tentou gemer na surdina
E até arriscou à rir
Mas parecia ao sorrir
Ter engolido uma bacia
Em suicídio pensando
Ela deixou-se amparar
E tonta, saiu a mancar
No braço de seu salvador
Até que vendo o pé inchando
Como um fermentado pão
Deu-se conta da situação
E recuperou o humor
E foi assim que Rosita
Conheceu o seu marido
Com uma queda e um pé torcido
No fim dos anos setenta
Em uma esquina da vida
Um romance germinou
Cresceu e multiplicou
Unindo-os eternamente