O TOMBO DE ROSA MARIA

Alegre e sorridente

A bela Rosa Maria

Voltava ao final do dia

Para o aconchego do lar

Quando repentinamente

Colidiu com um belo moço

E no meio do alvoroço

Ao chão foi se esborrachar

Rosa, muito envergonhada

Pois os tempos eram outros

Sentiu em chamas o rosto

E aos céus pediu pra morrer

Mas nessa hora danada

Até os anjos estavam rindo

E ela viu o rapaz lindo

A sua mão lhe estender

E a atrapalhada menina

Entregou-lhe a mão e um grito

Pois a dor no pé torcido

Era a mais pura agonia

Tentou gemer na surdina

E até arriscou à rir

Mas parecia ao sorrir

Ter engolido uma bacia

Em suicídio pensando

Ela deixou-se amparar

E tonta, saiu a mancar

No braço de seu salvador

Até que vendo o pé inchando

Como um fermentado pão

Deu-se conta da situação

E recuperou o humor

E foi assim que Rosita

Conheceu o seu marido

Com uma queda e um pé torcido

No fim dos anos setenta

Em uma esquina da vida

Um romance germinou

Cresceu e multiplicou

Unindo-os eternamente

Rosangela Martins
Enviado por Rosangela Martins em 27/11/2012
Código do texto: T4008464
Classificação de conteúdo: seguro