O NADA
O nada chegou e quer falar!
Mas não tem nada para contar!
Insiste o nada em resmungar!
Dá-lhe o vazio seu lugar!
Imponente o oco adentra ao recinto!
E o murcho vai ao seu encontro!
O ignorante que nada tem a dizer!
Passa a palavra ao iniciante!
Palmas de euforia ao fútil e frívolo falatório!
De tão chocho adormeceu!
O fulano que nada entendeu!
No vácuo da privação eloquente.
Cada um toma seu lugar!
E todos em silêncio a espreitar.
O que de importante o nada vai falar!
Na ausência da ideia pôs-se o nada a chorar!
Falto, privado e carente!
Pois a viola no saco.
E se foi descontente!
O mais frívolo dos eloquentes!