O NADA

O nada chegou e quer falar!

Mas não tem nada para contar!

Insiste o nada em resmungar!

Dá-lhe o vazio seu lugar!

Imponente o oco adentra ao recinto!

E o murcho vai ao seu encontro!

O ignorante que nada tem a dizer!

Passa a palavra ao iniciante!

Palmas de euforia ao fútil e frívolo falatório!

De tão chocho adormeceu!

O fulano que nada entendeu!

No vácuo da privação eloquente.

Cada um toma seu lugar!

E todos em silêncio a espreitar.

O que de importante o nada vai falar!

Na ausência da ideia pôs-se o nada a chorar!

Falto, privado e carente!

Pois a viola no saco.

E se foi descontente!

O mais frívolo dos eloquentes!

Diva Carmo
Enviado por Diva Carmo em 29/06/2012
Reeditado em 24/11/2012
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