MEU CUIÃO

Eu tenho uma cuia grande

Onde eu tomo chimarrão

E o povo já apelidou

de mastro da tradição

Ate as prendas de noite

Rondam meu fogo de chão

Negaceando alguma chance

De pegar no meu "cuião"

Depois que sorvo bastante

Da seiva da tradição

Pra ver o esparro, eu grito

Eu parei com o chimarrão

Em as prendas em desespero

No tapa e no bofetão

Disputam a felizarda

Que vai pegar meu "cuião"

O mate ta bem lavado

Mas elas acham gostoso

E o suco do meu "cuião"

Dizem que é saboroso

Uma larga, e a outra pega

Só de olhar eu padeço

Por que dão cada chupada

De virar o "cuião" do avesso

Se acaso a bomba entupir

Chupam com vitalidade

Pois quem pega meu "cuião"

Sempre chupa com vontade

E dizem que ao acabar

Já vão estar com saudade

Pois só chupar num "cuião"

É que traz felicidade

Ninguém tem cuia tão grande

Vejam como sou sortudo

Com qualquer erva "baguala"

Eu faço um mate cuiudo

Não preciso de mais nada

Com meu "cuião" tenho tudo

Pois todos querem pegar

No meu "cuião" "topetudo"

Tem até macho fazendo

Vigília lá no meu rancho

Mas nesta roda de mate

Ninguém entra de carancho

Silvestre Araujo
Enviado por Silvestre Araujo em 17/05/2012
Código do texto: T3673343
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.