Não sem razão
Sei que fui promíscuo,
hoje sei.
Logrei coito coa poesia,
tateei partes íntimas do conto,
sacanagem falei nos
ouvidos da prosa.
Sei que pequei e
cá estou gargalhando redenção.
Poesia quis-me nu e então nu
fiquei.
Conto arquejava aos toques meus e
quantas tapadelas não fui obrigado a dar?
Prosa, então, tatuou-me os dentes de tesão
enquanto lambuzava-lhe com ditos.
Hoje sei.
Sei que fui promíscuo,
não sem razão.