Não sem razão

Sei que fui promíscuo,

hoje sei.

Logrei coito coa poesia,

tateei partes íntimas do conto,

sacanagem falei nos

ouvidos da prosa.

Sei que pequei e

cá estou gargalhando redenção.

Poesia quis-me nu e então nu

fiquei.

Conto arquejava aos toques meus e

quantas tapadelas não fui obrigado a dar?

Prosa, então, tatuou-me os dentes de tesão

enquanto lambuzava-lhe com ditos.

Hoje sei.

Sei que fui promíscuo,

não sem razão.

Ubaldo Vinícius
Enviado por Ubaldo Vinícius em 30/04/2012
Código do texto: T3642393
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