“SAPATEIRO”

Valdemiro Mendonça

Nos meus tempos de menino, pingo de gente

Isto faz tempo companheiros poetas, “era osso”!

Em cidade pequena, bobinho e pobretão, ô sina!

No trabalho tinha que ser felino forte e valente,

Se menino ajudante, depois sapateiro, já moço!

De manha à noite e bem tardão, fazendo botina.

O pior era o malfadado risco e destino indecente!

Carregar a pecha de ter chifre de carneiro grosso...

Tudo por que Maria Bonita do sertão em surdina,

Chifrando o pobre do sapateiro Jesuíno inocente,

Fugiu para a caatinga com o cangaceiro colosso!

Formando o rico casal famoso: Lampião e lamparina!

Neste tempo, “Maria Quitéria de Quintino Parente”.

Abandonou o marido: também sapateiro, “no poço”,

Para servir a Getulio e todos do batalhão carabina!

Mas o primeiro foi sobre o sujeito italianinho “renitente”

“Anita Garibaldi”. O Seu marido usava cheiro no pescoço,

Era da fauna dos bichinhos os da contra mão... “Menina”!

Também sapateiro, e do tipo bem franzino, e indolente!

Ai como é sofrido o serviço de um sapateiro, “tão insosso”!

Mas uma das pouco que um rapaz pobre podia ter de profissão

Por isto mesmo era respeitada, amada, conservada, divina.

Trovador.

Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 26/04/2012
Código do texto: T3634491
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.