O BILHETE*
A patroa todos os dias
Deixava pra empregada na pia
Sobre uma panela vazia
O bilhete ”cachorra!” Dizia...
A empregada cedo chegava
E com o aviso se enfezava,
Mas à patroa, nada falava.
Só sabia que ela a xingava.
Um dia fez a reclamação
Falou-lhe sobre sua irritação
Perguntou à patroa a razão
Para ela lhe chamar atenção...
A patroa pôs-se a falar;
O aviso é pra você lembrar
De o animal alimentar...
Ela não é uma cachorra!...
Por que está a estranhar?
Karl Marx [(1818-1883), filósofo alemão, influenciado por Friedrich Hegel (1770-1831)], em suas Thesen über Feuerbach (1845, publicadas em 1888; Teses sobre Feuerbach), escreveu: “Até o momento, os filósofos apenas interpretaram o mundo. O fundamental agora é transformá-lo.” Para transformar o mundo é necessário vincular o pensamento à pratica revolucionária. Aí surgem as idéias de luta de classes, e da importância do engajamento de intelectuais em tais discussões. O conflito entre patrões e empregados é acirrado, mas para Marx não é irreconciliável, justifica na sua dialética que há síntese. Esta, porém, não ocorre no consenso, no entendimento. Só no confronto de idéias, no movimento da história. Para Marx mesmo nos casos de inversão do poder, ainda assim, não haveria conciliação. Mas não há modelo prático. A queda do comunismo reforça essa idéia, negando até a utopia. Marx, diferentemente de Platão (em A República), não chegou a Teoria de Estado, sob a qual estrutura-se a sociedade moderna, situando-se apenas no âmbito da sociedade, a qual está contida na idéia de Estado, que a contém. Assim, não obteve sustentação pragmática, nas experiências que não deram certo.
*Núcleo Temático Filosófico.
Ibernise M. Morais Silva. Indiara (GO), 01.01.2007.
Obra protegida_direitos autorais reservados/Lei n. 9.610 de 19.02.1998.
A patroa todos os dias
Deixava pra empregada na pia
Sobre uma panela vazia
O bilhete ”cachorra!” Dizia...
A empregada cedo chegava
E com o aviso se enfezava,
Mas à patroa, nada falava.
Só sabia que ela a xingava.
Um dia fez a reclamação
Falou-lhe sobre sua irritação
Perguntou à patroa a razão
Para ela lhe chamar atenção...
A patroa pôs-se a falar;
O aviso é pra você lembrar
De o animal alimentar...
Ela não é uma cachorra!...
Por que está a estranhar?
Karl Marx [(1818-1883), filósofo alemão, influenciado por Friedrich Hegel (1770-1831)], em suas Thesen über Feuerbach (1845, publicadas em 1888; Teses sobre Feuerbach), escreveu: “Até o momento, os filósofos apenas interpretaram o mundo. O fundamental agora é transformá-lo.” Para transformar o mundo é necessário vincular o pensamento à pratica revolucionária. Aí surgem as idéias de luta de classes, e da importância do engajamento de intelectuais em tais discussões. O conflito entre patrões e empregados é acirrado, mas para Marx não é irreconciliável, justifica na sua dialética que há síntese. Esta, porém, não ocorre no consenso, no entendimento. Só no confronto de idéias, no movimento da história. Para Marx mesmo nos casos de inversão do poder, ainda assim, não haveria conciliação. Mas não há modelo prático. A queda do comunismo reforça essa idéia, negando até a utopia. Marx, diferentemente de Platão (em A República), não chegou a Teoria de Estado, sob a qual estrutura-se a sociedade moderna, situando-se apenas no âmbito da sociedade, a qual está contida na idéia de Estado, que a contém. Assim, não obteve sustentação pragmática, nas experiências que não deram certo.
*Núcleo Temático Filosófico.
Ibernise M. Morais Silva. Indiara (GO), 01.01.2007.
Obra protegida_direitos autorais reservados/Lei n. 9.610 de 19.02.1998.