BOTECO DO MANGA GRANDE

Me palpitou a bolada

E me enterrei igual minhoca

Pra vender canha de copo

Nos pagos da "bossoroca"

Vai gente de todo canto

Na canha afogar as magoas

E o meu boteco ta sempre

Entupido de pau-dàgua

Pra por ordem no recinto

E ajeitar os bagaceiras

Deixei atrás do balcão

Metro e meio de mangueira

Meu boteco é sempre calmo

“Igualzito” água de sanga

Pois ninguém sente vontade

De “esprementar” minha manga

Mas se algum tipo quiser

Retoçar que nem cachaço

Me desculpe a freguesia

Mas este encho a mangaço

E cada mangaço que dou

Pode contar que é um tombo

Em quem se passar na canha

E sentir coceira no lombo

Ate mesmo as irmãs do trago

Dos lábios cor de pitanga

Não saiem do meu boteco

Pelo respeito da manga

Me dei bem neste negocio

E não è querer rogar praga

Mas vou mandar nos botecos

Ate de São Luis Gonzaga

A minha freguesia è boa

E não è de fazer pirraça

Pois se alguém arcar o lombo

A minha manga lhe abraça

Meu sistema è bem assim

E como o negocio se expande

O povo ate já apelidou

“Boteco do manga grande”

Silvestre Araujo
Enviado por Silvestre Araujo em 17/04/2012
Código do texto: T3616982
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