Do fim de tarde ao amanhecer....

Todo dia é fim de tarde

Como se o dia começasse no fim,

Quando o expediente se encerra,

E o alvorecer vem até mim,

Meu rumo agora é feliz,

Com as horas do entardecer,

Passo na pequena padaria,

E o pão e leite pra eu comer.

“Mas são para o amanhecer”,

Informo à bela atendente,

“Pra não ter que levantar cedo”,

“E um sonho a mais poder viver”.

Relembro a mesma atendente,

Com toda a sua timidez,

De calça jeans e sem decote,

Me atendia sempre com rispidez.

Mas o tempo e a casualidade,

Sempre são para ajudar,

No dia em que um sorriso ganhei,

A noite um sonho podia esperar.

Daquela boca pude ouvir,

Que beijo bom é beijo roubado

Tornei-me assim seu algoz

Depois do beijo, mais um sorriso conquistado.

Voltando à terceira estrofe,

Num árduo dia de serão,

Em que o alvorecer não pode me esperar,

Triste, sem o sorriso e sem pão.

Ao menos um sonho esperava,

Mas nada aconteceu,

A madrugada já terminava,

Desolado, com sono e a fome apareceu.

Faltava tempo para sair,

Mas muito cedo pra campainha tocar,

Meu dia de repente clareou,

A atendente meu pão veio entregar.

A manhã se iniciava,

E agora em boa companhia

O café da manhã ficou pra depois,

Enquanto aquele corpo se despia.

Pode até ter sido pra compensar o serão,

Daquela cama não arredei,

Na melhor manhã da minha vida,

E pra sempre a atendente amarei.

Vanderlei
Enviado por Vanderlei em 18/07/2005
Reeditado em 18/07/2005
Código do texto: T35475