MARIA CHICOTEIRA

MARIA CHICOTEIRA

Jorge Linhaça

Achei uma gata sarada

dessas tipo cachorrona

com cara bem de safada

loira e bem gostosona

eita mulher arretada

parecia inté a madona

A coisa foi esquentando

beijo pra lá e mão pra cá

a calça foi logo estufando

num dava mais pra aguentá

as duas linguas se enroscando

e ela assim a me arretar

O jeito foi sair rapidinho

e ir por seu apartamento

confesso que tava doidinho

pelo total desdobramento

de tanto beijo e carinho

falei: Tô que num me aguento

chegamos ao abatedouro

e tome beijos e amassos

tava firme que nem touro

saltando num louco compasso

a mulher era um tesouro

de defeito nenhum traço

Fomos ficando à vontade

a roupa jogada no chão

eu morrendo de vontade

o bicho quase em explosão

mas aí veio a novidade

a mulher virada no cão...

Abriu uma grande gaveta

e foi pegar uns acessórios

que eram coisa do capeta

castigo do purgatório

tinha chicote e roseta

e inté um baita supositório

A muié mi olhou di um jeito

que é difícil di explicá

e aquilo que era perfeito

virou um puta mal estar

e eu que sou bom sujeito

inda quis a fera acalmar

mas a Louca ensandecida

pegou logo um chicotão

e estalou na minha virilha

quase qui acerta o amigão

fiquei danado da vida

e perdi foi logo o tesão

Catei as roupa nas carrera

e tentei me livrar da fera

mas ela num era de brincadera

queria mesmo era guerra

mescondi detras da cadeira

e depois pulei a janela

sorte que o apartamento

era no primeiro andar

e eu de cueca ao relento

tentando mesmo era escapar

desse antro de tormento

dei sorte de não me machucar

Mas a mulher tava atacada

e não queria desistir

desceu quase que pelada

pela rua a me perseguir

tentando me dar chicotada

e não me deixar fugir

mas quando a coisa aperta

os pé da gente cria asa

uma coisa sei que é certa

mesmo suando as cueca

acabei chegano em casa

a doida perdi no caminho

nem me pergunte ondi foi

e perto daquele barzinho

num passo nem pra dizer oi

virei mesmo foi um anjinho

mas o resto eu conto depois.

prefiro gelar no inverno

embrulhado no meu cobertor

do que ir para no inferno

e sentir do demo o calor