TRILOGIA DAS MAIS DESEJADAS PARTES FEMININAS
I
ODE À BUNDA FEMININA
Canta oh musa a imagem glútea curvilínea
De duplas faces abauladas, convergentes,
Que como abóbada celeste, reinastes,
Do universo inteiro tendo a primazia.
Feminis traços que inclinados movimentam
O mundo todo que arrasta em olhares
Plenos de anseios e apetites salivares
Dos que te adoram, mas junto se atormentam.
Muitas vezes é tão forte o sofrimento
Que se em coro seus súditos sustentassem
Junto a Zeus que lhe desse confinamento,
E tal como os titãs assim a aprisionasse,
Quem sabe mesmo privados da beleza
Não sofreria o mortal menos flagelos
Em relembrar somente aqueles montes belos
Que outrora viram real, macia, e tesa.
Várias raças, de estirpes mui sortidas,
As quais sempre entre si se digladiam.
Instinto forte, fecundo, faz que surjam,
Transformando barro em ouro como Midas.
A criatura que este atributo leva,
Tanto mais é vaidosa, quão mais mede.
Faz imaginar qual não seria Eva,
Desfilando a prima inclinação no Éden.
Despertando de uma forte anestesia,
Imaginamos Adão extasiado,
A mão tocando com braço estendido,
Linda bunda que inauguralmente via.
Nem Atena, Hera ou mesmo Afrodite,
Pelo príncipe troiano escolhida,
Não têm ou tiveram em divina vida
Nádega assim de um tamanho quilate,
Como viu Páris talvez na Espartana,
Pra jogar pro alto a sua própria pátria,
Roubando esposa de Rei de forma insana,
Enfrentando o furor daqueles Átridas.
Quando Príamo e outros na alta torre
Abstendo-se da guerra, porque idosos,
Ao elogiarem o porte garboso
Da bela Helena por quem sua Tróia morre,
De todas as partes harmoniosas dela,
Elegiam os velhos o seu lindo rabo,
Que levava junto aos trejeitos o fado,
Lançando os Troas em terrível procela.
Do Egito Ptolomeico a nascida
Cleópatra, princesa do grande Nilo,
Para ser de Júlio César a preferida,
Feio assento, ou menor, não terá tido.
Mas como mesmo os grandes não satisfazem
Aquelas que tal magno dote ostenta,
A ver se o Marco Antônio lhe agüenta,
Foi a Rainha vagar por outras margens.
Tentou, em vão, por algum tempo somente,
Exaurindo o pobre com seus movimentos.
Depois de fazer de tudo, sem alento,
Qual último recurso deu pra serpente.
Já o oposto foi Sansão para Dalila
Pois trazia sempre ereto o viril membro.
E por ver belo arrebitamento nela,
Não fugia de cobri-la todo o tempo.
Não podendo suportar tal trepadeira,
Já olhava de mau humor sua retaguarda.
E se era impossível dela perder nada,
Cortou assim de Sansão a cabeleira.
Por fim toda humana história, toda lida,
Que o homem viveu e sofreu na existência
Esteve entregue ao capricho e, em essência,
Também por belos traseiros foi regida.
Certo é que até mesmo na caverna escura
Do neolítico período, os trogloditas,
Selecionaram entre aquelas fêmeas suas,
As que tinham as buzanfas mais bonitas.
E a transgressão, do paraíso, primeira,
Foi por estes glúteos dotes inspirada.
Adão deu mesmo foi é uma enrabada,
Nunca houve nem a cobra ou macieira.
Até hoje neste tempo tão moderno,
Estão os homens em escravidão profunda.
Seguem entre ver o céu, sentindo o inferno,
A cultuar pra sempre a imagem de uma bunda,
Como sendo este o seu destino eterno.
II
ODE AOS SEIOS FEMININOS
Canta oh musa as belas glândulas mamárias
As quais imponentemente se projetam,
E a todos os homens do mundo encantam,
Exercendo atrações involuntárias.
Como luzeiros abençoados da terra
Que iluminam no mundo nosso trajeto,
Faz que qualquer um de nós se alce ao teto,
Se pelo decote os olhos enterra.
Magneto de força esplendorosa,
Arrebata a quem lhe cruza o caminho.
E revelando beleza portentosa,
Hipnotiza e embriaga mais que o vinho.
Sua origem pelos deuses foi traçada
Pra servir a um instinto puro e inato.
Superando foi com o tempo o valor lácteo,
Tornando a própria embalagem cobiçada.
Em vários tipos e estilos se apresentam,
Tendo todos seus encantos atrativos.
Carregando sempre um teor lascivo,
Médios, grandes, ou pequenos, atormentam.
Cada espécie tem consigo qualidades
Muito próprias, valiosas, verdadeiras.
Os pequenos são como preciosidades,
Quais se podem abarcar plena e inteira.
Geralmente trazem estes mais que os outros
Preponderantes mamilos eriçados.
Ao menor toque, como faróis ligados,
Iluminam a silhueta livre e soltos.
Seios médios mostram porte muito nobre,
Transmitindo impressão madura e séria,
Que os divisando logo a nossa artéria,
Com o fluxo intenso já se move.
Apertados em algumas belas vestes
Que não revelando tudo, nada veda,
Pensamos que possam ser a própria peste
Que da estreita via o homem arreda.
Os maiores, quando firmes, tão magníficos
Que parecem preceder quem os ostenta.
Quando naturais são de beleza intensa,
Mas mesmo os com silicone são bonitos.
Vários homens pensam de hora em hora
Nos seus felizes rivais que os tocar podem.
Aqueles pobres então sempre se iludem
Desejando uma utópica “espanhola”.
Seja ele, grande, médio ou pequeno,
É o peito da mulher bela escultura.
Não os seguir com os olhos, pelo que vemos,
Só quando engolidos pela sepultura.
III
ODE À INOMINÁVEL
Cantam os sátiros com flautas dolentes
Aquela que desde as mais remotas eras
Vive e povoa as mentes que, em quimeras,
Sempre desejam lançar-lhes suas sementes.
Deveras assim povoaram o nosso mundo
Aqueles varões que as grutas invadiram
E primeiramente as matas desbravaram,
Penetrando em terreno mui fecundo.
De beleza natural e de textura
Tenra, úmida e sempre aquecida,
Na história do homem e suas desventuras,
Destruiu reinos, fez heróis e homicidas.
Todo homem que cresce e desperta
Para os seus instintos mais imperiosos,
Busca diligentemente e zeloso
Os prazeres que aquela flor lhe oferta.
Esquecendo as suas próprias origens
Que remontam àquele mesmo instrumento
O qual deu ao antepassado em outro tempo
Mesmo gozo, igual carícia, irmã vertigem,
Vai pautando sua vida, sua fortuna,
Na perseguição daquela rubra fruta.
Alcançando-a esquece as coisas uma a uma.
E se muda, quando a toca, em forma bruta.
Na libidinosa essência destes lábios,
Que mais nítidos e pendentes são de fato
Se tal qual fera selvagem está de quatro,
Cai o vulgo, o mediano e os sábios.
Não há mesmo nesta terra um insensível
Que ao peculiar odor não se vê sincero.
Seja o ateu, o agnóstico ou o Clero,
Vão erguendo armas e abaixando o nível,
Quando diante daquela verdade crua,
E cara a cara com sua real metade,
A maviosa e pulsante forma nua,
Devassando exploram a profundidade.
É relíquia que mais que o ouro vale
Para quem incondicionalmente a adora.
É a tal mítica Caixa de Pandora,
Que guarda dentro de si todos os males.
Tem nos seus finos detalhes um micro cosmo,
Governado pelo músculo saliente
Que quando explorado com arte diligente,
Abre os céus em lindo turbilhão de orgasmo.
De todos os ângulos que ela se mostra,
Deve ser sentida ou reverenciada.
Esteja de lado, de frente ou de costas,
Branca, negra, peluda ou depilada,
Só não pode atrair a quem desgosta.
É que o mundo de seres é tão sortido,
Que mesmo sabendo destas qualidades.
Dos incontáveis prazeres lá contidos,
Não podemos ocultar uma verdade:
Que alguns preferem algo duro e comprido.