PARÓDIA AO JOSÉ
E agora Zeni?
Fui p´ra selva, fugi.
Ver a onça parir,
Os pássaros ouvir,
E agora Zeni?
Ver macacos pular
Do lado de lá.
Amigos de cá
Já não vale pensar
Não me venha chorar,
E agora Zeni?
E agora Zeni?
Ver o saci - pererê,
Vou ver sem querer,
Mas preciso fazer.
E agora Zeni?
O negro Zulu.
O queimado índio nu
Não dança lundu,
Nem faz uh-uh-uh.
E agora Zeni?
Fui ou não fui?
Ver os raios do sol
Brilhando,
Nas águas do rio.
A jibóia enrolada,
A mata encorpada,
sem sombra, sem nada.
E agora Zeni?
A dúvida é incerteza
De quem é inseguro
Em cima do muro,
Zombando dos outros,
Fazendo seus "poucos".
E agora Zeni?
Duvidar é fazer
Dos outros bonecos,
Sem nunca pensar
No passado ou porvir.
E agora Zeni?
Tô com fome de ver
Em mim renascer
Uma nova pessoa
Sem chuva ou garoa,
Sem quero ou não cuero.
E agora Zeni?
O homem é um bicho,
Sem casa, sem nicho
Que vence o difícil.
Não espera por nada,
Que rola a escada.
E agora Zeni?
A fome devora
Minha mente cansada,
Não lembro de nada.
Por que fui embora,
Sem ver, e sem crer
O que tinha a fazer.
E agora Zeni?
Não pense no doido,
Cavalo coincento,
Que chuta o vento,
Que não ama ninguém,
Mas tem seus "poréns".
E agora Zeni?
Parti de mansinho,
Sem riso, sem ninho,
Com a sombra da noite,
Da noite sem lua,
Pensando na rua.
Ou foi de manhã,
Com os raios de sol?
Do sol da esperança,
Quem espera não cansa.
E agora Zeni?
Seu " José" foi embora
Mas por isto não chora,
Nunca houve porque.
Mas fui, prometi a mim mesmo,
Fazer meu desterro.
Duvidaram de mim,
Mesmo assim eu parti.
E agora Zeni?
P.S. Este poema de humor foi feito devido à duvida de minha esposa de que eu não iria a região amazônica de navio sozinho, em viagem ambientalista.