A LEDA CARRASPANA
“A América Miranda”
Quais tempos desmedidos de tal sina ardente
Em que nada se almeja como benefício:
Mal com o ofício por amor da Presidente
E mal co’ a Presidente por amor do ofício.
Com dicas genuínas próprias de vilão
Os naturais e simples gestos cá da gente
Dão em preconceitos prematuros sem razão
Quais tempos desmedidos de tal sina ardente.
Uma postura de antes quebrar que torcer
Proclama a cada hora o brio como auspício
É o labor da nossa ilustre Presidente
Em que nada se almeja como benefício.
Se a nossa posição não foi quiçá leviana
Antes pelo contrário pouco previdente
Justifica ficar, em leda carraspana,
Mal com o ofício por amor da Presidente.
Depois daquela tempestade que ocorreu
Não pretendo que fique por cá desperdício
Já basta todo o azar que fez morrer Orfeu
E o mal co’ a Presidente por amor do ofício.
Nem só de banais "verborreias" vivem os poetas,
Dito de outro modo, de conversa ´stá o mundo cheio,
Mas também de todas as palavras circunspectas
Qu´ enriquecem o Parnaso de feliz recheio...
Ó Musas, por quem sois, trazei-me protecção
Pra esta minha triste e arriscada incumbência,
E se lugar houver pra alguma contrição
Cantarei nesta lira a vossa complacência!
Frassino Machado
In RODA VIVA-POESIA