Sinuca de bico

Numa sinuca de bico

Não tenho como negar

Se me calo eu me complico

Não conto e devo velar

Clamo ajuda do Tonico

Do Luiz, do Valdemar

Para me livrar deste mico

E este pato, pagar.

Nessa situação preciso

Bem urgente, me furtar

Que estou perdendo o siso

Aumentando o meu penar

Agonia que abdico

Queime a cara ou ganhe o riso

Pior juro que não fico

Ou meu fim, eu preconizo.

Já cheguei ao fim do ponto

Devo matar ou morrer

À menos que algum desconto

Possa enfim me socorrer

Verdade que não desmonto

Prefiro deixar vencer

O fim que faz seu presponto

Arrebatando o meu ser

Eis a hora, em desembuche

Tudo ganha claridade

Não rejeito a coqueluche

Rezo a minha liberdade

Se o inimigo se aflige

Não vou ficar acuada

Da verdade que se exige

A mentira deslavada.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 25/11/2011
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