Sinuca de bico
Numa sinuca de bico
Não tenho como negar
Se me calo eu me complico
Não conto e devo velar
Clamo ajuda do Tonico
Do Luiz, do Valdemar
Para me livrar deste mico
E este pato, pagar.
Nessa situação preciso
Bem urgente, me furtar
Que estou perdendo o siso
Aumentando o meu penar
Agonia que abdico
Queime a cara ou ganhe o riso
Pior juro que não fico
Ou meu fim, eu preconizo.
Já cheguei ao fim do ponto
Devo matar ou morrer
À menos que algum desconto
Possa enfim me socorrer
Verdade que não desmonto
Prefiro deixar vencer
O fim que faz seu presponto
Arrebatando o meu ser
Eis a hora, em desembuche
Tudo ganha claridade
Não rejeito a coqueluche
Rezo a minha liberdade
Se o inimigo se aflige
Não vou ficar acuada
Da verdade que se exige
A mentira deslavada.