Peleja de corpo e alma

Tem horas que as asas do devaneio,

Abertas, geram desconforto,

Nos projetam sobre colinas,

Onde o tempo cerrou as cortinas,

A alma não se amolda ao corpo.

Realidade com um prato de sal,

Desperta e tempera o bom siso,

Mostra a tropilha de nossos iguais,

Para esses, abertos os portais,

Restringir as quimeras é preciso.

Desajeitados refazemos o passo,

Rumando à nossa jaula no zoológico,

Os dois neurônios que ainda restam,

Podam, aparando as arestas,

Pra que o ridículo, não pareça lógico.

Essa dualidade segue assaltando,

Rega anelos com chuva de canivete,

Vez em quando, a chapa esquenta,

Conflito entre um corpo de quarenta,

Contendo uma alma de dezessete...