SEM CANJA

Minha janta foi sem canja.

Osso duro de roer...

Alegria que se esbanja,

Estava em falta em meu viver.

Numa visita furada

Dei com a cara no muro...

Estava frio, voltei calada;

Mas meu amor, não censuro.

Fiz loucura, arrisquei...

Perdi meu tempo, por nada.

Fui afoita, não liguei...

Tornei vã a caminhada.

Vã de todo, não foi não!

Me exercitei na pernada.

Até fez bem pro coração

E acabei dando risada.

Doutra feita uma fornada,

Vou recolher, com fartura.

Sem osso e a canja aguada,

Vou me fartar com usura.

Claro com muita pilhéria,

Vou deixar tudo certinho.

Darei adeus pra miséria...

Dormirei no teu colinho.

ANJA PERALTA

Rir, ainda o melhor remédio

O figado vai desopilando

Nada em teu dia é tédio

Do desencontro debochando!

Isso eu chamo bom-humor

Me apraz sobremaneira

Mesmo quando dissabor

É banho de cachoeira!

Reconheço minha falta

A estrada era mais longa

O remorso me assalta

Fui pra Tonga da Mironga.

Então pra me redimir

Trouxe lembranças pra ti

Você já pode sorrir:

Te faço dona de mim!

ROMEO MONTECCHIO *

ANJA PERALTA e ROMEO MONTECCHIO *
Enviado por ANJA PERALTA em 17/10/2011
Reeditado em 17/10/2011
Código do texto: T3281905
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